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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Wish you were here I


Lá não me fazia bem, eu não gostava de lá, me trazia más lembranças, mas era lá onde ele estava, e eu não podia mais ficar afastada dele. 
Eu não o via, sei lá, ha uns 7 anos. Muito tempo, na verdade. E a saudade não cabia mais no meu peito, e escorria pelos meus olhos, quando eu estava sozinha em meu quarto, ou tomando banho. Eu fingia que estava tudo bem, e era boa nisso, porque era cabeça dura demais pra admitir que a saudade estava me matando pouco a pouco por dentro, e teimosa demais pra ir conversar, ir "fazer as pazes".
Na verdade não tínhamos brigado, mas a distância era tão grande e tão intensa que parecia mesmo que havia acontecido uma guerra que tinha nos separado. 
Era longe, distante. E cada metro a mais que eu me aproximava, mais meu coração se apertava, chegando a ficar pequeno como... uma pilha talvez. 
"Masoquista!", eu ofendia o músculo idiota que bombeia sangue por meu corpo, como se a culpa fosse realmente dele. "Você só sabe fazer doer, só sabe fazer sofrer!". E lá estava eu, novamente, em uma discussão interna com meu coração. 
Fazia umas duas horas que eu estava ali, sentada naquele banco, vendo a estrada passar ao meu lado. Já tinha visto casas, favelas, morros, montanhas, lagos, fazendas, e tudo mais que possa-se imaginar, e isso só me deixava apreensiva, cada vez mais. 
"Por favor, me leva de volta!", eu queria gritar. "Eu desisto, eu quero voltar pra casa. Por favor. Eu não deveria estar voltando pra lá, eu cometi um erro, e quero voltar, por favor!". Eu sabia que, se aquelas palavras saíssem da minha boca, lágrimas as acompanhariam, e eu agiria como uma criança. Mas talvez fosse assim mesmo que eu me sentia, uma criança. Acoada, com medo, nervosa, assustada, perdida, confusa... uma série de emoções passando pela minha cabeça, pela minha mente, me fazendo tremer.
Então eu reconheci o lugar. Não tinha mudado muito, na verdade. Tinha melhorado, mas bem pouco. E nem se comparava com a cidade grande da qual eu estava habituada. Era pequena, mas não do tipo que todo mundo conhecia todo mundo, só... só era pequena o suficiente pra eu me sentir claustrofóbica nela.
Um shopping, dois boliches, quase nenhum lugar pra ir. Eu sabia que ia me arrepender de ter voltado, sabia que iam ser as piores férias da minha vida. 
Será que algum dos meus amigos ainda lembrava de mim? Amigos de infância, amigos de escola... Será que eles me reconheceriam? Será que eu reconheceria eles? Eu estava receosa, mas nem importava muito, porque na verdade, eu estava voltando lá por ele.

Só pra deixar todos curiosos, não vou responder quem é o ele. Continuem lendo e saberão.

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